31 de mai. de 2010

BAGWALL - Freiando o Mar

Barra da Lagoa também sofre a ação violenta do mar.

A comunidade da Barra da Lagoa em Florianópolis  também tem sofrido as consequências da fúria do mar que vem atingindo várias praias da ilha.
Neste final de semana  o conhecido restaurante Sombrero que  existe a 40 anos  no local, teve sua estrutura destruída pelo avanço da maré.


Como conter o avanço deste fenômeno?

A situação caótica que vem acontecendo no litoral da Ilha de Florianópolis, onde o avanço do mar vem  causando  a destruição contínua de casas e ameaçando seriamente invadir e salinizar a Lagoa do Peri que abastece grande parte da população ilhéu, mereceu a atenção de um leitor deste blog que nos aconselhou a pesquisar sobre o sistema "Bagwall".

BAGWALL, o que é?
O engenheiro alagoano Marcos Lyra, especialista em obras costeiras,  fala sobre o assunto e explica: "Esta é uma obra de engenharia que tem sua eficácia comprovada no controle de erosão costeira, onde além de conter o avanço do mar na linha de costa sem transferir o processo erosivo para áreas adjacentes, ocorre também a recuperação do perfil da praia com a engorda natural e a facilidade de acesso da população à praia recreativa ". A praia é o grande dissipador da energia das ondas", consequentemente, se quero conter o avanço do mar o local mais favorável para fazê-lo é na costa. Essa é a concepção básica do Barra Mar Dissipador Bagwall.
No município de Alagoas o uso do Bagwall teve excelentes resultados e foi a melhor alternativa de defesa costeira encontrada. Lá, tanto a SPU como o IMA, não aceitaram nenhuma intervenção de obra de defesa costeira, que não dissipasse a energia das ondas no local da intervenção.
Informa o engenheiro que nas duas primeiras obras construídas em Alagoas a mais de 5 anos, não foi gasto nenhum centavo com manutenção e ele acredita que o  Bagwall tem uma vida útil de aproximadamente 30 anos.
_______________________________Coloco aqui esta matéria e o vídeo  para apreciação e análise dos engenheiros, geólogos e ambientalistas encarregados de buscar uma solução  para o problema que atinge a cidade e  talvez seja uma alternativa viável .

O atual muro de contenção que está sendo erguido as pressas tem  sido alvo de muitas críticas pelos técnicos e ambientalistas  que acompanham as obras.
Assista ao vídeo para compreender melhor sobre o sistema Bagwall.



Florianópolis - População teme avanço do mar e salinização da Lagoa do Peri. Jornalista Mônica Foltran.
Com as constantes ressacas e consequentemente o avanço do mar sobre a praia da Armação do Pântano do Sul, sendo uma das mais atingidas, preocupa pela proximidade com a Lagoa do Peri e o risco iminente de salinizar a água doce. O fato, comprometeria todo o abastecimento da costa Leste e Sul da Ilha, atingindo diretamente o abastecimento de água para 113 mil pessoas.

A Lagoa do Peri é considerada o maior manancial de água doce da Capital do Estado de SC, com uma área de 5,10 km² e 21,2 milhões de metros cúbicos de água responsáveis pelo abastecimento de toda a costa Leste e Sul da Ilha. O sistema de abastecimento de água atende aos distritos da Barra da Lagoa, Lagoa da Conceição, Campeche, Morro das Pedras, Armação e Ribeirão da Ilha. A estação está localizada dentro do Parque Municipal da Lagoa do Peri. A captação da água é feita através de uma barragem de elevação de nível com um canal adutor até a Estação de Recalque de Água Bruta de onde é bombeada para a Estação de Tratamento de Água com vazão média de captação de 200 l/s.
As constantes ressacas e a destruição na praia da Armação tem atraído a atenção de geólogos e especialistas no assunto. O geólogo João Carlos Rocha explica que pela densidade da água salgada ser maior que a da água doce, a possibilidade de mistura das águas seria difícil. “A maré que entraria pelo canal se estabeleceria no fundo da Lagoa e a água doce ficaria por cima. Dependeria da espessura da água e das condições do vento para haver uma possível mistura”, avalia.

De acordo com os dados apresentados por geógrafos a contaminação da Lagoa do Peri pela água do mar, poderia ocorrer de três formas: O aumento do nível da maré e o rompimento da faixa de areia que separa o mar das águas doces da lagoa; o avanço da cunha salina (água salgada) pelo lençol freático e o contato da água salgada com o canal do rio Quincas Antônio e Sangradouro da Lagoa.

Como medida emergencial, a prefeitura está construindo um mega enrocamento, com 1740 metros de comprimento, 12 metros de base e seis de altura. Para a geógrafa Janete Abreu, a medida não resolve o problema da Armação e inclusive deve gerar impactos negativos, futuramente, atingindo inclusive a Lagoa de Estabilização. “Obras rígidas a beira da praia não são recomendadas. Com base em estudos no mundo inteiro, sabe-se que o enrocamento acentua o processo de erosão, por tirar a areia”, aponta. “As ondas batem nas pedras e com mais energia o mar retira a areia da base”, completa.

Janete explica que a faixa mais estreita de areia, está localizada no lado norte da praia, como o enrocamento os processos erosivos vão se acentuar. “Se o processo contitnuar existe uma possibilidade futura de ocasionar um risco na Lagoa”, alerta. Para Janete, a solução para o problema da Armação e seus entornos seria o engordamento da praia e assim afastar a possibilidade de um avanço da cunha salina. “Com a acentuação do processo erosivo, um dia isso vai acontecer e a responsabilidade será nossa”, lamenta a especialista.


Um comentário:

mikaenzo disse...

Parabéns Monica´pela boa informação.

Gostaria de me colocar a disposição para ajudar onde for possível a população de SC. Meu email para contato é marcolyra2@yahoo.com.br