28 de dez. de 2010

Nas mãos de um taliban

Se na Europa e América as mulheres são poderosas e vitoriosas como pudemos ver no post anterior, em outro lugar do mundo, no Afeganistão, ocorre o contrário. Lá elas não têm voz, não têm querer, não têm conhecimento nem liberdade e são tratadas como um objeto qualquer para uso e abuso do homem.
Bibi Aisha
A história de Aisha representa bem o que é nascer mulher em um país absurdamente machista.
Aos 10 anos Aisha foi entregue junto com sua irmã a uma família pelo pai, como  pagamento de uma dívida.  Até os treze anos, ela viveu num estábulo como escrava,  sem acesso a qualquer informação, quando então foi tomada por um dos homens da tal família. Nos anos que se passaram ali, ela  era constantemente espancada e um dia após violenta surra resolveu fugir de casa, isso aos 16 ou 17 anos.
Seguiu perambulando pelas montanhas  até chegar a uma cidade e ser encontrada pela polícia local que a devolveu ao pai e este a devolveu ao marido membro do Taliban. Ele não perdoou. Pegou uma faca, cortou fora o nariz e as orelhas de Aisha e a levou às montanhas para ela se esvair em sangue e morrer.

"Quando eles cortaram o nariz e as orelhas eu desmaiei", disse ela mais tarde. "No meio da noite abri os olhos e eu não podia nem ver por causa de todo o sangue."
Foi encontrada por ativistas de uma Ong (Fundação Grossman), que a socorreram e após alguns meses, conseguiram levá-la aos Estados Unidos, onde ela tem sido submetida a tratamentos psicológicos e  cirurgias para reconstrução do nariz e orelhas.
Símbolo Político
Após um ano do ocorrido, Bibi Aisha desembarca de um avião em Los Angeles rumo à  sua nova vida. Quem olha para a jovem com uma prótese provisória no nariz, vestida com um véu brilhante e uma túnica rosa vibrante, é incapaz de reconhecer a moça desfigurada, encontrada semi morta em uma poça de sangue, a um ano atrás.
As manchetes do mundo cobriram exaustivamente o caso de Aisha, contando sua história e mostrando sua mutilação, tornando-a um símbolo no debate do envolvimento americano no Afeganistão, por conta do ataque das torres gêmeas nos EUA. O debate abriu a questão sobre a situação de 15 milhões de mulheres, que a exemplo de Aisha, enfrentam todo tipo de abuso doméstico e segundo o Fundo das Nações Unidas para a Mulher, o Afeganistão é um dos lugares mais perigosos para uma mulher nascer.
"Ela representa a gravidade da situação das mulheres afegãs", disse Gayle Tzemach Lemmon, correspondente do The Daily Beast em Cabul, que vem cobrindo a repercução do caso de Bibi Aisha desde que ela foi encontrada. "Nós tratamos melhor os nossos animais do que as mulheres são tratadas lá." Gayle conheceu Bibi em um abrigo em Cabul, sob cuidados da ONG Mulheres  para Mulheres Afegãs. "Ela era uma jovem assustada para quem o contato humano parecia aterrorizante."
Alguns críticos de guerra, que se opõem à presença dos Estados Unidos e as forças da coalizão do Afeganistão, argumentam que Bibi está sendo explorada para justificar o envolvimento militar americano no local.
Esther Hyneman, membro do conselho de mulheres  afegãs, que deu abrigo a Bibi, é favorável à presença militar americana, pois acredita que eles são necessários para proteger as mulheres. "Estes temas não têm sido parte de debates nacionais ou globais e isto é uma omissão grave."
Bibi Aisha, sem nenhum grau de instrução, vítima de  terríveis abusos, tem enfrentado com coragem seus novos desafios, mas tem sofrido oscilações de humor e algumas explosões emocionais, apesar da felicidade de se reunir com os médicos que irão reconstruir seu nariz através de uma cirurgia plástica.

Fonte: The Daily Beast



Um comentário:

Sara disse...

Cada dia odeio mais o islã, todos os dias vemos as barbaridades q em nome dessa religião praticam contra a mulher, e NUNCA se vê nenhum protesto de NINGUEM dentro dessa religião, agora contra as ativistas do FEMEN q se posicionam contra essa barbarie toda , ai SIM , se levantam as vozes dentro dessa religião ASSASSINA de mulheres.