26 de set. de 2012

A pequena grande líder

O MUNDO PRECISA DE LÍDERES - É isso que percebemos ao visitar a página  no Facebook da adolescente Isadora Faber, 13 anos,  criadora do DIÁRIO DE CLASSE, que em apenas dois meses atingiu  números fantásticos, cerca de 310 mil curtidas e mais de 140 mil comentários.
  Isso chama-se LIDERANÇA!


Isadora Faber - estudante, 13 anos


Nesse mundo atual, onde tudo corre nos bastidores ou atrás de uma tela do computador, onde tudo é copiado e plagiado e  ninguém põem a cara à tapa, surge uma garotinha que, sem planejar,  desencadeia um verdadeiro terremoto dentro da Instituição do Ensino Público, escancarando a verdade nua e crua dos bastidores da sua escola, através de postagens na sua página Diário de Classe. 

Na chamada da página ela escreveu:
"Eu Isadora Faber que tenho 13 anos, estou fazendo essa página sozinha, para mostrar a verdade sobre as escolas públicas. Quero melhor não só pra mim, mas pra todos." (11/7/2012)
Quem entra em sua página, logo se impressiona com os milhares de comentários, curtidas e compartilhamentos atrás de cada nova postagem. Isadora diz que não imaginava que sua iniciativa fosse causar tanta repercussão. Ela conta que foi motivada pela irmã a contar as situações que enfrentava todos os dias na Escola Básica Municipal Maria Tomázia Coelho, em Florianópolis, onde estuda.

Sua primeira denúncia foi sobre a porta do banheiro feminino, que não tinha fechadura. Em seguida, publicou uma foto de um interruptor aberto e escreveu que os alunos juntavam os fios para que o ventilador funcionasse. Depois, vieram bancos quebrados no refeitório, problemas no portão de entrada da escola e até um vídeo gravado durante uma aula de matemática, que mostra uma enorme bagunça.

Mel Faber - mãe de Isadora - foi chamada e avisada: "Era  melhor tirar essa ideia da cabeça da menina antes que ela começasse a sofrer ameaças ou até fosse presa. " Fui taxativa no meu não. Minha filha quer é o que é dela por direito", respondeu Mel.

REPERCUSSÃO - As denúncias de Isadora repercutiram na rede,  ganharam a mídia nacional e  chegaram até o jornal francês  Le Monde.  Ao chegaram até a Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis prometeram  melhorar as condições da escola.

VAI PARAR NA DELEGACIA - Em agosto, Isadora recebe uma intimação para comparecer à delegacia e prestar  depoimento, de que teria cometido crimes de calúnia e difamação sobre uma professora.

“Eu nunca tinha entrado numa delegacia antes, mas lá dentro todos me trataram muito bem mesmo. Estranhei pois para mim o assunto já estava encerrado desdo início do mês quando ela me pediu desculpas, eu aceitei e publiquei, está aqui até agora. Como vocês podem ver, não é fácil manter o Diário no ar.”, disse Isadora em uma postagem no dia seguinte.
A postagem que motivou a denúncia dizia:
“Hoje a professora de português Queila preparou uma aula pra me ''humilhar'' na frente dos meus colegas, a aula falava sobre politica e internet, ela falava que ninguém podia falar da vida dos professores, porque nós podíamos ter feito muitas coisas erradas pra eles odiarem e etc.(...)
Antes de receber a intimação, a professora sugeriu, na última aula, que todos os alunos lessem os artigos 8 e 9 do regimento interno do colégio.
  “A mim me parece censura (...) não sofri nenhuma medida sócia educativa como dizia o regimento, fui parar direto na delegacia mesmo....”, retrucou a menina no Facebook.
Segundo o delegado Marcos Alessandro Vieira Assad, após registrar um boletim de ocorrência contra a aluna no final de agosto, a professora decidiu não fazer uma representação criminal contra ela, o que impede a abertura de um inquérito policial para investigar o caso. O delegado diz ainda que vai ouvir a diretora da escola e enviar o caso à Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente e ao Ministério Público, para acompanhamento. "Fisicamente, ele vai à Justiça, mas não deve ter prosseguimento. O mais provável é que seja arquivado".
A mãe de Isadora recebeu a intimação com surpresa, segundo ela, a professora Queila já havia conversado com sua filha  e achou que o assunto estava encerrado. O crime de Isadora  foi reivindicar melhorias para a escola onde estuda .

A Secretaria de Educação de Florianópolis disse que "a situação tornou-se um caso particular entre a professora e a família da aluna" e que não iria interferir.


FAMOSA - Em menos de três meses Isadora  tornou-se uma pessoa pública, uma celebridade  e um exemplo nacional por denunciar problemas com a infraestrutura da escola. Isso logo chamou a atenção dos políticos em campanha eleitoral, que não perderam tempo em assediá-la visando tirar proveito de toda divulgação em torno do caso . Ela afirma que não quer vincular sua imagem com políticos, quer apenas continuar lutando pela melhoria do ensino público.
Isadora diz que continuará lutando pela melhoria da escola pública - Divulgação
Isadora e sua página Diário de Classe.

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